terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Páginas de um diário

(16 de Setembro de 1935)

Querido diário:

Hoje foi um dia quase igual a todos os dias desta semana, só não o foi, pois faz hoje um ano que eu encontrei pela primeira vez o Principezinho.
Nunca mais me esqueço daquele primeiro encontro: estava eu a ali, perante a imensidão do deserto, a mil léguas de qualquer terra habitada, preocupado a consertar o motor do meu avião (era uma questão de vida ou de morte!), quando de repente ouço uma voz de uma criança.
Para mim, diário, foi uma grande surpresa, não só pelo facto de encontrar uma criança tão longe da civilização, mas pelo facto desta não estar assustada nem fatigada. Eu caí então, no universo do inimaginável e da curiosidade. Era incrível e também impensável uma criança tão longe dos humanos e debaixo do calor abrasador do deserto, não estar doente ou completamente desesperada. Foi espantosa e curiosa a primeira fala que o Principezinho me dirigiu ao pedir-me que lhe desenhasse uma ovelha para habitar no seu planeta. Incrível, não?! Com um pedido “absurdo” nem fui capaz de dizer nada.
Emanuel Ângelo Lopes de Carvalho, Nº11, 9ºA

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