sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Natal

Chegou o mês de Dezembro,
a anunciar o Natal.
E com livros de presente
vai ser muito ESPECIAL!

Presentes vamos pedir,
Brinquedos não vão faltar.
Mas o que nós mais queremos,
São livros para nos animar.
Livros para todo o ano,
Desejamos ter em casa.
Sejam de prosa ou poesia,
Ou de banda desenhada.

Contos de fadas e bruxas,
ogres, duendes e dragões,
Princesas de outros tempos,
Sereias, gigantes e anões.

Que todos os meninos recebam
Presentes e presentinhos.
E que dentro dos embrulhos,
espreitem alguns livrinhos.

FELIZ NATAL

São os votos da turma do 3º C de Lemenhe

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Apresentação em PowerPoint sobre os Direitos Humanos

No âmbito da comemoração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Biblioteca vai exibir uma Apresentação em PowerPoint, com a duração de 40 minutos, que foi realizada na nossa Escola em Dezembro de 2006 e resultou de um trabalho coordenado pela equipa da Biblioteca e pelo Departamento de Ciências Humanas e Sociais, contando com a participação de todas as turmas dos 2º e 3º Ciclos.
Devido ao prolongamento da Feira do Livro na Biblioteca, o trabalho será apresentado nos dias 5, 6 e 7 de Janeiro.





CELEBRAÇÃO DO 60º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÂO DOS DIREITOS DO HOMEM


DIGNIDADE E JUSTIÇA PARA TODOS NÓS


1948 - 2008

10 de Dezembro de 2008

“O 60º aniversário da adopção da Declaração dos Direitos Humanos é a ocasião propícia para renovar os compromissos firmados nos seus princípios.

Hoje, a sua relevância continua a mesma do dia em que foi adoptada.

Espero que adopte a Declaração dos Direitos Humanos como parte integrante do seu modo de vida”.

Extracto da Mensagem do
Secretário-Geral das Nações Unidas
Ban Ki-moon

Endereços:

www.amnistia-internacional.pt Amnistia Internacional Portugal – –Kit de Actividades para Escolas – 2008

http://www.unric.org/ - Centro Regional de Informação das Nações Unidas – material pedagógico - 2008

http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm -Texto da Declaração

http://www.knowyourrights2008.otg/ - Para consultar programa de actividades comemorativas planeadas em todo o mundo

http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/60UDHRIntroduction.aspx - Para informação sobre o 60º Aniversário.

http://www.gddc.pt/ - Para informação sobre direitos humanos em Portugal

http://sitio.dgidc.min-edu.pt/recursos/Lists/Repositrio%20Recursos2/Attachements/790/contexto_escolar.pdf - Guião de Educação para a Cidadania em contexto escolar…Boas Práticas

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Já abriu a Feira do Livro

À comunidade escolar,
De livros queremos falar!...

Na Feira do Livro, estão alguns leitores,
Para com livros animar
E a comunidade encantar!


Na exposição, Palavras da Terra,
Há escritores e Portugal,
Textos e imagens de uma forma triunfal…

Em época de presentes,
Há teatro para rir,
Há livros para comprar
E pequenas estrelas a brilhar!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Livros a sair


Feira do Livro


Vem aí a Feira do Livro!...
Abre no dia 2 de Dezembro e encerrará no dia 5 à noite.
Vem e pede ao teu pai como presente um livro.

(Pode ampliar a imagem clicando em cima.
Depois clique em “Retroceder” para voltar ao Blogue.)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Clube das Ciências

O Clube de Ciências está em grande actividade e com grande participação.
Construiram um aquário e o Laranjinha foi o seu primeiro habitante.




O professor Manuel Costa observa os contornos do Sol em busca de explosões.( Pode ver as imagens ampliadas clicando em cima.
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No pódio do Corta mato

(Pode ampliar uma imagem clicando em cima.
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terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Poesia de Luisa Ducla Soares vista pelos alunos do 3ºC de Lemenhe

Não pesques mais nesse rio,
ó meu velho pescador.
Vem pescar na Internet
Com o meu computador.

"A Pesca" de Luísa Ducla Soares

Não só e nem sempre!
Chamo o sol e os amigos,
Assim à minha maneira,
viajando no papel
só com uma lapiseira.

"A Lapiseira" de Luísa Ducla Soares
Olá amigos!
Gostam de rimas?
Querem brincar com as palavras?
Então venham descobrir a poesia!

Vamos falar de poesia e de um livro que lemos e gostámos muito. Intitula-se «A Cavalo no Tempo» e foi escrito por uma autora chamada Luísa Ducla Soares, que muitos de vós já deveis conhecer.


É um livro de poemas que fala sobre a vida dos reis, dos poetas, de Jesus, dos descobrimentos e como se vivia antigamente sem electrodomésticos. Neste livro há poemas muito interessantes.
Há também um poema que fala de uma pesca muito especial. Imagina que podias pescar, mas não podias ir a nenhum rio! Só se podia pescar no computador, nós íamos a um site e imprimíamos e comíamos papel!

(clique na imagem para ler o poema)
Pesquisámos a vida e a obra da escritora e descobrimos que:
Luísa Ducla Soares nasceu em Lisboa em 20 de Junho de 1939. Foi tradutora, consultora literária e jornalista e também directora de uma revista. A sua obra literária é destinada maioritariamente para as crianças e jovens. Recebeu vários prémios, entre eles o prémio Calouste Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra em 1996.
Escreveu o seu primeiro livro de poesia em 1970 e chama-se « O Contrato»
Publicou 45 obras para crianças e jovens.
Dos livros de histórias que escreveu, já conhecemos alguns:
«Contos para Rir»;
«Os Ovos maravilhosos»;
«Seis Historias às Avessas»
«Poemas da Mentira e da Verdade»
Temos passado momentos muito divertidos com as histórias de Luísa Ducla Soares.
BOAS LEITURAS! 3º C de Lemenhe

Comemorar o S. Martinho!

Este ano, os formandos do EFA B3 quiseram deixar um pouco de si nos trabalhos de S. Martinho.
Em perfeita articulação entre as várias Áreas de Competência, elaboraram alguns trabalhos relacionados com quadras, lendas, marcadores e postais alusivos ao S. Martinho, onde castanhas, fogueiras, alegria, euforia dão conta de todos os momentos. Assim, fica aqui um pouco do contacto com o S. Martinho, um santo bom, que nunca recusa ajudar quem encontra no seu caminho.

Equipa Pedagógica


































































quinta-feira, 16 de outubro de 2008

" A Voz das Línguas"



Alunas do EFA B3 elaboraram este enigmático cartaz.


MISTÉRIO...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Blogue da Escola de Aldeia Nova - Lemenhe

A Escola de Aldeia Nova criou um lindo blogue.
Parabéns pela iniciativa.
Pode visitá-lo aqui: Escola de Aldeia Nova - Lemenhe
(A hiperligação foi colocada em "A minha Lista de blogues")

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Concurso Uma Aventura... Literária 2008

Foi com grande agrado e entusiasmo que os alunos do 3º ano de Aldeia-Nova –Lemenhe receberam, no seu último dia de aulas, o Diploma de Menção Honrosa por terem participado no Concurso Uma Aventura... Literária 2008 na modalidade Texto Original, promovido pela Editorial Caminho.
Segundo a página da Internet da Editora Caminho, o concurso deste ano foi "O maior sucesso de sempre!" e "o número de participações atingiu, este ano, o maior recorde de sempre!". Foram a concurso "9316 trabalhos individuais e de grupo de muitas centenas de escolas de norte a sul do país, ilhas e estrangeiro", classificando ainda, segundo a mesma Editora, os trabalhos a concurso com "excepcional qualidade".
Afinal, sempre vale a pena pensar que "Temos que nos esforçar e trabalhar muito para conseguirmos aquilo que queremos". E o trabalho que a turma realizou no âmbito do Plano Nacional de Leitura é prova disso mesmo, ao conquistar esta distinção.

Parabéns à turma.

"Quem sabe, se um de nós poderá, um dia, vir a ser um escritor?..."

Boas Leituras.

A professora

Teresa Rodrigues

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Uma Aventura... Literária

Numa tarde quente de Verão, Alex estava sentado descontraidamente no seu sofá da sala de jantar a jogar “playstation”. Aborrecido por já estar a jogar há várias horas e sozinho, numa tarde como aquela, resolveu sair à rua para procurar alguém com quem brincar. Rapidamente deu um salto do sofá e correu para pegar no seu boné preferido cor de laranja e saiu pedalando com toda a pressa para o parque da aldeia.
Pelo caminho, Alex encontrou Xavier, o padeiro, que muitas vezes lhe oferecia deliciosos bolos, a simpática peixeira, a senhora Joaquina, o carteiro que lhe matava as saudades com as cartas que trazia do seu pai que trabalhava longe para poder sustentar a família, e a doce professora da cidade que tinha vindo à escola para preparar o início das aulas que já se aproximavam… A todos cumprimentou educadamente com um rápido sorriso e correu a todo a vapor com a sua bicicleta até parar junto do parque.(continua)

Uma Aventura... Literária

(continuação)
Com um movimento rápido de olhos, olhou em redor do parque até que estes pararam subitamente, numa menina de cabelos dourados, que calmamente baloiçava, fazendo com que os cabelos lhe acariciassem o rosto. Era Inês a sua colega da escola.
Alex correu em sua direcção para a cumprimentar. Convidou-a para passearem pela aldeia em busca de outros colegas, para juntos se deslocarem à escola para verem a professora de quem começavam a sentir saudades.
Depois de muito pedalarem pelas várias ruas da aldeia, Alex e Inês que distraidamente conversavam, repararam que estavam junto da entrada de um pequeno bosque que ficava nos arredores da aldeia. Já cansados, pousaram as bicicletas e sentaram-se à sombra de uma frondosa árvore a descansar. (continua)

Uma Aventura... Literária

(continuação)
Como a tarde estava quente e estavam com sede, foram em direcção a uma pequena nascente que ficava perto dali.
O que é certo, é que o sol começava a despedir-se e pelo caminho, os dois amigos brincavam às escondidas por entre as árvores. Subitamente, Inês parou ao ouvir um ruído estranho… parecia o miar aflito de um gato. Alex, também parou e os dois começaram a mexer na vegetação que estava à sua frente e a caminhar em direcção do som que ouviam agora, com maior intensidade. Espreita aqui, espreita ali… e de repente eis que na sua frente estava uma ninhada de pequenos gatos ainda com o pêlo molhado e que ao mesmo tempo pareciam estar com fome. Da mãe gata, nem sinal. Com certeza estaria por perto à procura de alimento para os seus filhotes.
Alex e Inês nem queriam acreditar no que viam. Os dois entreolharam-se ao repararem num dos pequenos animais que parecia diferente… Era um dos quatro pequenos gatos que ali se encontravam. Era cinzento e de olhos castanhos mas uma das patas dianteiras parecia ferida. Alex, que era mais destemido que Inês aproximou-se lentamente e pegou no pequeno gato que logo o chamou de “Malhadinho”. (continua)

Uma Aventura... Literária

(continuação)
Os dois amigos sabiam que era preciso fazer alguma coisa para ajudarem o pequeno animal. Inês sugeriu que o levassem dali, para o seu pai o tratar, pois o senhor Manuel era quem consertava tudo lá em casa. Alex concordou logo com Inês e meteu o pequeno gato no seu boné preferido. Depois de se certificarem de que os outros gatos ficariam em segurança correram então os dois em direcção às bicicletas e colocaram o boné cor de laranja, com pequeno Malhadinho lá dentro, no cesto da bicicleta da Inês. Pedalaram com todas as suas forças pelas ruas da aldeia para rapidamente chegarem a casa da Inês.
O boné do Alex parecia que tinha vida pois o Malhadinho não parava de se mexer e Inês com medo que ele se magoasse mais, tirou-o então com muito cuidado e passou-o para as mãos do seu pai. O gato assustado enroscou-se todo como se se quisesse esconder.
Então a Inês tratou de ir a correr, buscar a caixa de primeiros socorros que a mãe guardava cuidadosamente no armário da casa de banho. Alex e Inês ficaram ali quietos e silenciosos a observar tudo o que ali se passava. Finalmente puderam ver o Malhadinho com uma pequena ligadura branca na patita da frente e ofereceram-lhe um pequenino prato com leite. (continua)

Uma Aventura... Literária

(continuação)
Muito contentes, os dois amigos trataram de o levar rapidamente para junto dos seus irmãos antes que a mãe gata desse falta dele.
Entretanto a Inês foi a correr à cozinha buscar leite para levar para os outros gatinhos. Chegados ao bosque, procuraram o local onde estava a ninhada. Pousaram então, o Malhadinho junto dos outros gatinhos e colocaram aí uma grande tigela de leite. Devagar, para não assustarem os gatos, foram esconder-se atrás de uma árvore e ficaram a vê-los um a um a aproximarem-se a medo da tigela com leite. Foi então, que de repente, surgiu a mãe, que miava muito e desconfiada.
Como já ficava tarde, Alex e Inês voltaram para casa felizes por terem ajudado aquela família de gatos. Pelo caminho de regresso foram encontrando alguns dos seus amigos a quem contaram a sua aventura.
Agora, sentiam-se responsáveis por aquela ninhada e sempre que podiam iam visitá-los e levar-lhes comida.
Com o passar do tempo, os gatinhos começaram a aproximar-se do Alex e da Inês que agora podiam acariciá-los e brincar com eles.

Alunos do 3º ano de Aldeia-Nova–Lemenhe em 2007/08

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bom regresso às aulas

Em tempo de regresso às aulas o clube dos amigos da biblioteca deseja a todos um bom ano lectivo.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Foi assim que me contaram/A escola e o Passado

Num dia quente de Verão, estávamos eu e a minha avó paterna a conversar sentados na areia, protegidos do sol, quando ela entusiasmada me contou a história de um dia que lhe mudou a vida.
Nos anos 30, minha avó paterna, vivia com a sua família em Arnoso Santa Maria. Esta década, caracterizada por mudanças no país, foi também uma época de mudanças na sua vida. Na família, os costumes e princípios aristocratas ainda predominavam. A terra era a única fonte de subsistência, a indolência não era permitida e todos tinham de trabalhar, para que a família pudesse viver melhor.
O pior de tudo, para a minha avó, era aceitar o costume de somente os rapazes irem à escola. A família era numerosa (nove membros), sendo apenas dois rapazes, e só estes tinham direito a ir à escola. Enquanto os rapazes aprendiam a ler e a escrever, as raparigas faziam o seu trabalho doméstico: limpavam, cozinhavam, costuravam e também cultivavam os campos. O pai da minha avó, o senhor António, não deixava as raparigas irem à escola, mas os rapazes iam apesar de não se esforçarem muito nos deveres escolares, portanto a escolarização, nessa altura, era particularmente para os rapazes
Num dia solarengo de Primavera, com muito trabalho para fazer, a minha avó paterna, D. Isaura, levantou-se ao cantar do galo. O sol, ainda um pouco adormecido, lançava apenas uns tímidos raios sobre as encostas dos montes, já D. Isaura tinha saído à procura de lenha para o lume, a fim de cozer pão no forno. Os seus irmãos acordaram um pouco mais tarde e partiram para a escola.
Em Arnoso Santa Maria, só havia uma professora, que já dava aulas há muitos anos e, assim, já conhecia muitas famílias, incluindo a da minha avó. Com a vontade de que todos, pelo menos, soubessem ler e escrever, a professora mandou recado para o chefe da família. Nesta mensagem, a professora pedia ao Sr. António para deixar que as raparigas frequentassem também as aulas para aprenderem pelo menos a ler e a escrever.
Os rapazes chegaram a casa e deram o recado ao seu pai que andava atarefado no arranjo de um tanque, para armazenar a água, a fim de regar o milho no Verão. O pai, nem parou de trabalhar para ouvir o recado, murmurou que isso não lhes fazia bem e que elas não precisavam desses ensinamentos, ordenando que se despachassem para o vir ajudar. Ao chegarem a casa, comentaram com a minha avó o recado da professora, enquanto esta acendia o lume para cozer o pão saborosíssimo. Ela interrompeu o que estava a fazer e os seus olhos começaram a brilhar de entusiasmo, apesar de saber que seu pai não concordaria nem cederia àquele pedido.
Era o seu sonho - aprender a ler e a escrever – e, todos os dias, quando os seus irmãos chegavam da escola, ela apressava-se a acabar todas as suas lides e sentava-se com eles, perguntando-lhes o que eles tinham aprendido. Notava que eram um pouco desatentos porque lhe diziam muitas vezes que não se lembravam bem das lições. Minha avó ficava sempre triste, porque se lhe fosse dada a oportunidade de ir à escola, ela nunca se esqueceria de estudar e de tudo o que tinha aprendido nesse local tão desejado.
Minha avó continuou o que estava a fazer e, no almoço, nem falou. No fim deste, enquanto arrumavam a cozinha, conversando com a sua mãe, que se comovia com o facto de ela gostar da escola e não a frequentar, esta deu-lhe esperança e disse-lhe que tentaria convencer o seu pai. As suas irmãs, não ficaram tristes, achavam-se já velhas para ir à escola e queriam era casar.
Passada a tarde, a noite caiu e, aquando do jantar, estavam todos sentados à mesa, a sua mãe, calma e corajosamente, retomou o assunto e conseguiu que o Sr. António permitisse a ida à escola da minha avó. Aceitou, mas com uma condição - se ao fim de um ano ela não conseguisse sairia de imediato da escola. Os olhos da minha avó pareciam as duas estrelas mais brilhantes daquela noite. Estava tão contente que, com dois beijos de amor e gratidão, agradeceu aos seus pais.
No dia seguinte, a minha avó foi à escola com grande entusiasmo e com um nervoso miudinho, que se tornava maior à medida que se aproximava dos velhos e ferrugentos portões da entrada da escola. A professora ficou contentíssima e começou logo a ensinar-lhe várias letras, ficando surpreendida com a rapidez que aprendia e o esforço que demonstrava.
Diariamente, tinha que conciliar os trabalhos ordenados pela mãe e os propostos pela professora. Somente à noitinha tinha tempo para estudar. Já não havia luz e a vela acesa tornava o estudo mais lento e difícil, porém a dedicação tudo conquistava.
De manhã, acordava mais cedo que os seus irmãos, pois tinha de ir à lenha para a sua mãe acender o forno, deixar o pão que a mãe tinha cozido na venda da aldeia e, finalmente, ir para escola. Era uma luta diária contra o tempo, mas quando se sentava no banco duro e velho da escola, tudo parecia mudar e quase se revia numa personagem qualquer de um conto de encantar que a professora contava no fim da aula.
Minha avó andou durante um ano na escola e aprendeu a ler, a escrever e a contar. Ela queria muito continuar na escola, contudo não pôde pois a vida familiar complicou-se. O seu pai morreu e sua mãe ficou sozinha em casa. As suas irmãs tinham casado e ela tinha que ajudar nas tarefas domésticas como cozer o pão e cultivar os campos.
No seu último dia de aulas, guardava, no coração, o agradecimento àquela professora que, através de um simples recado, permitiu que, numa certa tarde, o seu grande desejo de ler e escrever se tornasse realidade e, deste modo, um dia ela pudesse ler aos seus filhos uma história de encantar.
E foi assim, na Póvoa de Varzim, que a tarde foi passando e a força do vento nos fez abandonar a praia e aperceber-me da grande história de vida da minha avó e da sua luta pessoal contra o analfabetismo que se vivia naquela época.

Emanuel Carvalho 9º A CAB